– Antes do início da partida, durante o aquecimento dos jogadores e entrada de dirigentes e funcionários, o vice-presidente da Liga do Nordeste e ex-presidente do Santa Cruz, Constantino Júnior, esteve no campo e conversou com o Presidente do Ceará, Robinson de Castro, e com o Gerente de Comunicação do clube alvinegro, Bruno Reis.

– No setor Premium do Castelão, ao entrarem, os presidentes do Fortaleza, Marcelo Paz, e do Ceará, Robinson de Castro, se cumprimentaram. O clima cordial se estendeu a todos os dirigentes, que se encontraram nas cadeiras e se cumprimentaram numa boa.

– Em compensação, quando a bola começou a rolar, alvinegros e tricolores ficaram separados como estavam no campo de jogo. O Ceará ficou com o banco de reservas da direita, então os dirigentes sentaram na mesma direção no setor Premium. Enquanto os tricolores, à esquerda.

– Constantino Júnior, que também viu o jogo no setor neutro da Premium (onde fica boa parte de repórteres, cinegrafistas e fotógrafos) também fez questão de ir falar com o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz.

– Na entrada dos dois times, o clima era de confraternização geral. O treinador Guto Ferreira foi o primeiro a entrar pelo lado do Ceará e partiu direto para o banco do Fortaleza para dar um abraço no colega Enderson Moreira.

– O meia Marlon também foi ao banco do Fortaleza para falar com os tricolores. Impressionante o carinho. Sorrisos, cumprimentos com as mãos ou abraços fortes de todos do banco de reservas, inclusive do treinador Enderson Moreira e até de jogadores, que estavam no campo e voltaram para falar com o camisa 25 do Ceará.

– Aliás, praticamente todos os jogadores do Vovô foram até o banco tricolor para cumprimentar o técnico Enderson Moreira. Inclusive, funcionários do clube fizeram questão de ir cumprimentar o treinador, que trabalhou no Ceará em 2019 e 2020. O meia Luiz Henrique, do Fortaleza, foi o único que passou pelo banco alvinegro para falar com os companheiros rivais.

– Todos os dirigentes de Fortaleza e Ceará assistiram ao primeiro tempo do jogo sentados. Com uma única exceção. O diretor financeiro do Ceará, João Paulo. Preferiu ver a partida em pé.

– Eu conseguiria fazer pelo menos umas cinco matérias só sobre o que o que eu vi, ouvi e percebi dos dirigentes e funcionários de Ceará e Fortaleza no setor Premium. Impressionante os gritos (Bora, Leão! Bora, Ceará!). Os palavrões (por que tu não mostra esse cartão pro teu cu, baitola?). O incentivo aos jogadores (Boa, Felipe! Vamo, vamo DVD! Pra cima, Vina! Vai Sobral!). Os xingamentos ao árbitro (Vai tomar no cu! Foi falta, porra! Tu só pode ser cego, porra!). As molecagens (E pode jogar com 15 jogadores, agora, é? Joga a cobra! A bola no meio de campo, um grita: “chuta”. O jogador faz falta na lateral: é pênalti, seu juiz! O jogador chutou a bola pra fora: vai pegar!) E ainda tem os olhares que cada um faz para o lado do rival, ao ver um “adversário” gritando.

– Eu contei até 12, depois desisti, as vezes em que o treinador Enderson Moreira se acocava para ver o jogo. Já Guto Ferreira sempre em pé e com um vozeirão daquele: ”Aqui, porra. Marca aqui”.

– O lateral Eduardo é chamado de Edu pelos companheiros de Ceará. Já o lateral Carlinhos é chamado pelos colegas do Fortaleza de “Véi”. Em determinado momento, o Quintero chamou o Wellington Paulista de “Coroa”.

– Vejam onde está aquele arco do Campeonato Brasileiro 2020, juntamente com uma trave móvel. No acesso ao campo para funcionários, policiais e terceirizados.

– Na parada para hidratação, o técnico Enderson Moreira usou a máscara para falar com os jogadores. Enquanto que Guto Ferreira não usou. No banco tricolor, Osvaldo e Boeck se aproximaram com máscaras para orientar os companheiros. No alvinegro, a turma da comissão técnica também se aproximou de máscara.

– As garrafas e copos de água usados pelos jogadores do Fortaleza eram colocados dentro de uma bolsa e depois jogados na lixeira, que fica vizinho ao banco de reservas.

– Enquanto todos os suplentes do Ceará ficaram no banco e não usaram as cadeiras do lado, três jogadores do Fortaleza optaram por não ficar no banco e sentarem nas cadeiras ao lado: Romarinho, Juninho e Ronald.

– Os refletores da Arena Castelão foram ligados às 16h35, com 35 minutos de bola rolando.

– Na ida para os vestiários, após o fim do 1º tempo, os dois treinadores foram os primeiros a saírem. Enderson foi sozinho, enquanto Guto estava acompanhado do auxiliar André.

– Ainda na saída do intervalo, o atacante Wellington Paulista encontrou com lateral Gabriel Dias e deu um longo e forte abraço no ex-companheiro.

– Os jogadores reservas do Ceará permaneceram no campo brincando de roda de bobo e de domínio de bola durante o intervalo. Não foram para os vestiários. Enquanto os reservas do Fortaleza ficaram um bom tempo no campo, mas depois correram para os vestiários.

– O goleiro Felipe Alves foi o primeiro a voltar ao gramado para o Segundo Tempo, junto com o trio de arbitragem.

– Os cinegrafistas e fotógrafos de Ceará e Fortaleza filmam a partida sempre pegando o ataque da própria equipe. No segundo tempo, ambos tiveram que se posicionarem no lado do rival no setor premium.

– O Presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, chegou atrasado para o segundo tempo. A bola já estava rolando uns dois minutos.

– Com quatro minutos de etapa complementar, os jogadores do Fortaleza foram para o aquecimento, de trás das placas de publicidade. Os do Ceará foram com oito minutos.

– Uma coincidência ou não, mas pouco tempo depois que o goleiro Marcelo Boeck foi falar alguma coisa para o auxiliar-técnico Luís Fernando Flores, o treinador Enderson Moreira chamou Matheus Vargas e Osvaldo para entrarem na partida.

– Em determinado momento, os jogadores do Fortaleza pararam de fazer o aquecimento e ficaram escorados nas placas de publicidade vendo a partida. Só depois de uns 3 minutos é que voltaram para o treinamento.

– Em um escanteio para o Ceará, o atacante Wellington Paulista já estava no banco de reservas. Ele se levantou e foi quase à linha lateral gritar para o meia-atacante Isaque ficar na primeira trave.

– Em uma falta para o Fortaleza, o volante Juninho pediu a bola para o gandula, que retrucou dizendo que tava com o jogador do Ceará, mas Juninho reclamou dizendo: “ele não quer me dar, manda aí”. O gandula obedeceu.

– O troféu de melhor em campo chegou enrolado num saco, mas parecia que não estava em condições normais. O funcionário da Liga do Nordeste gastou praticamente todo o spray do produto de limpeza ajustando a taça para entregar ao craque da partida.

– Com o fim do Clássico, Marcelo Paz e Robinson de Castro foram embora e se encontraram na porta de acesso. Mais uma vez, se cumprimentaram com um aperto forte de mão.

– Depois de um bom tempo que a partida já tinha acabado, foi possível ouvir um diálogo mais forte entre Guto Ferreira e o atacante Robson, do Fortaleza, no túnel de acesso aos vestiários: “Eu não neguei água para você, rapaz. Eu não neguei. Você veio para cima de mim. Eu não fiz nada”. A turma do deixa disso chegou e levou os dois para os vestiários.

– Por sinal, o clima no final entre os jogadores era de amizade e muita cordialidade. Como você pode perceber nas fotos abaixo.

📸 Ana Cláudia Andrade
📸 Mário Kempes