Fotos: Mateus Lotif/Fortaleza EC

Para deixar claro: os valores que os clubes recebem do PPV é diferente do rateio dos direitos de transmissão acordados com a TV aberta e a TV fechada. No sistema Pay Per View, pra começar, Flamengo e Corinthians têm valores mínimos a receber, independente do que aconteça.

Enquanto os outros clubes, incluindo Fortaleza e Ceará, desde 2020, ganham as cotas do PPV através do cadastro que os clientes do canal Premiere fazem ao assinar o serviço e indicar o time do coração.

O acordo é assim: a emissora repassa 38% do valor total bruto arrecadado com as vendas do Premiere por meio de operadoras (Sky, Claro, Oi, Vivo etc). E ainda 50% do líquido obtido em vendas por streaming (Globoplay ou Amazon Prime).

Em matéria assinada pelo jornalista Allan Simon, no UOL Esporte, foi divulgado o ranking dos valores que cada clube vai receber do PPV nesta temporada. Os líderes, como já eram esperados, são Flamengo (R$ 160 milhões) e Corinthians (R$ 110 milhões). Já contando o valor mínimo que cada um ganha do Premiere.

Enquanto para Ceará e Fortaleza, mesmo disputando a elite nacional, os valores ainda estão bem distantes, por exemplo, de Cruzeiro (R$ 25,2 milhões) e Vasco (R$ 29 milhões), que participam da Série B. O Alvinegro vai receber em 2022 R$ 3,2 milhões. E o Tricolor, R$ 2,8 milhões. Até o Bahia, que também está na 2ª Divisão Nacional, recebe mais que o dobro que os cearenses (R$ 8 milhões).

Vale lembrar que na TV aberta (Globo) e na TV fechada (Sportv) o rateio dos direitos de transmissão é dividido da seguinte forma: 40% do valor total é dividido de maneira igual. 30% vai para o número de jogos transmitidos de cada time, e os outros 30% conforme com a classificação final do Brasileirão.

Só para se ter uma ideia da força de Corinthians e Flamengo, se ambos não tivessem o mínimo garantido, a receita de cada um com PPV seria de R$ 48 milhões para os paulistas (e não R$ 110 milhões) e R$ 76 milhões para os cariocas (e não R$ 160 milhões).

E vocês ainda querem acreditar que os clubes vão formar uma Liga para ajudarem a equilibrar a balança dos valores dos direitos de transmissão do futebol brasileiro?

Abaixo, confira o ranking divulgado pelo UOL Esporte:

– Flamengo: R$ 160 milhões por contrato (seriam R$ 76 milhões por percentual de vendas – 19%)
– Corinthians: R$ 110 milhões por contrato (seriam R$ 48 milhões por percentual de vendas – 12%)
– São Paulo: R$ 36 milhões (9%)
– Palmeiras: R$ 32 milhões (8%)
– Vasco: R$ 29 milhões (7%) – joga a Série B
– Grêmio: R$ 29 milhões (7%)* – joga a Série B e tem mínimo garantido por contrato
– Cruzeiro: R$ 25,2 milhões (6%) – joga a Série B
– Atlético/MG: R$ 20 milhões (5%)
– Internacional: R$ 18,8 milhões (5%)
– Santos: R$ 15,6 milhões (4%)
– Fluminense: R$ 15,6 milhões (4%)
– Botafogo: R$ 14,2 milhões (3,5%)
– Bahia: R$ 8 milhões (2%) – joga a Série B
– Ceará: R$ 3,2 milhões (0,81%)
– Fortaleza: R$ 2,8 milhões (0,7%)
– Coritiba: R$ 2 milhões (0,5%)
– Goiás: R$ 800 mil (0,2%)
-Atlético/GO, Avaí, América/MG, Juventude, Red Bull Bragantino e Cuiabá somam 0,7% do total: R$ 2,8 milhões ao todo
* Não foi possível definir o valor atual do mínimo contratual garantido do Grêmio em 2022.