Deixar a última posição do Campeonato, mudar todos os prognósticos sobre rebaixamento, emplacar 5 vitórias consecutivas, ficar 6 jogos sem tomar gols, pular para o meio da tabela de classificação e sonhar em conquistar uma vaga para disputar uma competição continental são necessários vários agentes.
Há um mês, o Fortaleza vivia o caos e hoje saboreia o momento acima descrito. Claro que a manutenção do técnico Juan Pablo Vojvoda ajudou. Isso é inegável, e a diretoria soube trabalhar bem e suportar a enorme pressão para demitir o treinador argentino.
- Governo quer ver contratos de casas de apostas com clubes, federações e Globo; Ceará, Fortaleza e FCF são notificados
- Fernando Miguel diz que ainda não foi procurado pelo Fortaleza para renovar contrato: “no momento certo vai ser conduzido”
- Justiça condena Richarlyson, comentarista da TV Globo, a pagar R$ 12 mil por ofender ex-goleiro do Fortaleza
Mas também é preciso ressaltar a mudança de esquema tático, enfim, executada por Vojvoda, que largou o famigerado 3-5-2 e migrou para o 4-3-3 ou 4-2-3-1 ou 4-1-4-1 (ou como queiram). O que comprova o quanto o elenco e o time ganharam em consistência e segurança defensiva. Já são 6 jogos sem levar gols.
Para completar, praticamente todos os jogadores vivem bom momento (inclusive alguns até pouco tempo contestados como Titi e Robson), mas 2, em especial, o lateral Emanuel Brítez e o volante Lucas Sasha subiram o patamar. Contratados nessa janela de julho/agosto, a dupla superou todas as expectativas e encarnaram um espírito lutador, que parecia ter sumido no grupo.
Não sou louco de dizer que outros também têm participações decisivas e importantes como o goleiro Fernando Miguel, o zagueiro Marcelo Benevenuto, o lateral Juninho Capixaba e os atacantes Moisés e Robson, mas Brítez e Sasha jogavam em outro pais, em outra cultura, em outro esquema tático. Precisavam de adaptação, de tempo para “se enquadrarem no elenco”. Não teve nada disso. Atuam como se tivessem no grupo desde o ano passado.
Outro agente decisivo para essa arrancada impressionante foi o tempo de descanso. O excesso de jogos impedia o êxito tricolor. Só para se ter uma ideia. Neste 1 mês de triunfos (31/07 a 30/08), o Fortaleza jogou apenas 6 partidas. 5 pelo Brasileirão e 1 pela Copa do Brasil (5 vitórias e 1 empate).
Enquanto que de 30/06 a 28/07, foram 9 confrontos, por 3 competições diferentes com apenas 1 vitória, 5 derrotas e 3 empates. Nem precisa dizer que quando teve uma semana livre sem jogos, o time venceu 2 seguidas, e quando teve outra semana livre, emplacou o 3º triunfo consecutivo.
São fatores, agentes, coeficientes importantes para essa arrancada avassaladora do Fortaleza, que novamente não tem jogos neste meio de semana, vai poder contar com seus principais jogadores e ainda terá mais de 50 mil torcedores apoiando no Castelão para enfrentar o Botafogo em busca da 6ª vitória.
Lembrando que se vencer domingo a equipe carioca, o Tricolor pode alcançar até a 9ª posição e ficar a 4 pontos do G7, algo inimaginável um mês atrás.
Blog do Kempes 