Já passou da hora de a revolta e a indignação nas redes sociais ou das famigeradas “notas de repúdio” darem espaço não apenas a pronunciamentos mais fortes e duros contra o racismo, mas principalmente gerar atitudes rígidas para as autoridades criarem punições severas aos criminosos.

A fala covarde e criminosa ao Vinicius Júnior expõe o quanto o preconceito e a discriminação racial é forte não somente no país do futebol, mas em vários lugares do mundo. E não tem como deixar a pergunta longe do debate: se Vinicius Júnior, craque, famoso, ídolo das crianças, gente da melhor qualidade, querido por todos que o conhecem e jogando no maior clube do mundo, sofre racismo, imagina os outros atletas negros?

Vini Júnior é o expoente do sucesso daquele que nasceu na favela e com muito esforço e talento conquistou títulos e sucesso driblando todas as dificuldades que um negro/pobre vive no Brasil.

E mesmo no glamour da elite europeia, o racismo é fincado de forma inepta e até xenófoba por aqueles que sempre tiveram o prazer e a cultura de segregar. Ainda bem que Vinicius Júnior conquistou com mérito o respeito e admiração de uma enorme plateia. A defesa contra o racismo sofrido por ele foi imediata por todos.

Por isso, talvez, esse seria momento ideal de entrar de vez na luta contra esse mal. O relatos de racismo são diariamente compartilhados e mesmo assim nada de concreto é feito. Parece o conto de um pesadelo, em que você se espanta com o relato, mas de manhã a vida segue normalmente, como se nada tivesse acontecido.

Hora de agir. Maria da Penha precisou levar um tiro do marido para que a sua Lei entrasse em vigor em defesa das mulheres. Espero que não permitam retroceder as tragédias de séculos passados para tomarem providência contra o Racismo.

Alguns vão relatar que não há mais espaço para acontecimentos semelhantes, pois o mundo mudou. Creio que não há mais espaço para uma parcela, que tem força, voz e poder, mas quem não tem sofre diariamente e talvez já esteja padecendo com uma latente tragédia, que a mídia e as redes sociais não perceberam ou não dão espaço.