Esta publicação só é possível graças a todos aqueles que acreditaram neste projeto

O 12º Dia em Doha começou de forma empolgante e parecia que ia ser pra arrebentar, mas acabou terminando de forma frustrante e bem cansativa. A sexta-feira reservava o jogo do Brasil contra Camarões. Cheguei “cedo” ao Centro de Mídia da Fifa.

Algumas matérias feitas e preparadas para antes e depois da partida da Seleção. Postagem nas redes e depois fui gravar material para o Trem Bala. Quando estava gravando, encontrei a querida e competente repórter e narradora do Grupo Band, Isabelly Morais.

Com a correria dela e a minha, a conversa foi rápida. Além do fato de estarmos realizando um sonho de cobrir a Copa do Mundo, a conversa acabou indo para o tema que todo jornalista aqui em Doha relata: o cansaço, as poucas horas de sono e o excesso de trabalho. O famigerado dia de folga é aguardado, talvez, mais do que dinheiro.

Em seguida, fui almoçar. Depois, recebi da Fifa o upgrade da minha credencial. Agora, posso fazer imagens pela cidade. Lembra daquele “incidente” das autoridades do Qatar com o jornalista Dinamarquês que estava gravando na rua ao vivo e o impediram? Acho que a Fifa, depois do constrangimento mundial, fez um acordo com as autoridades e resolveu oficializar, credenciar e atualizar (ou premiar) também aqueles que durante o mundial poderiam fazer imagens, mesmo não sendo jornalista de TV.

Recebi ainda a aprovação do ingresso para o jogo Argentina x Austrália, nesse sábado, pelas Oitavas de Final. Inclusive, vou para a zona mista poder entrevistar os jogadores. Será se vou conseguir pegar uma palavrinha do Messi? Seria demais, né? Amanhã digo como foi.

Em seguida, mais uma matéria, postagens nas redes e fiquei vendo os jogos do Grupo H, a TV na minha frente mostrava Portugal x Coreia do Sul, enquanto a do lado exibia Uruguai x Gana. Mas é quase impossível ver um jornalista olhando para aos monitores, estamos quase sempre olhando para as telas dos computadores ou do celular. Não consegui ver nenhum gol, somente depois que saiu e ver a movimentação de alguém é que olhei e percebi.

Terminou o 1º tempo e para não haver qualquer problema com o horário do ônibus, como ontem, fui para a central pegar o transporte para o Estádio Lusail. O objetivo era chegar cedo e tentar fazer algumas imagens dos torcedores e, enfim, encontrar meus conterrâneos.

No trajeto até o ônibus, Juca Kfouri e Casagrande foram conversando na minha frente sobre jogadores do passado. Eu ouvia como se fosse uma música. Eles falando de Daryo Pereira, Luís Pereira, Marinho Chagas, Oscar…

No ônibus, achei melhor ajustar algumas matérias no computador. Aliás, todos os ônibus possuem wi-fi, tanto os que levam os jornalistas, quanto os torcedores. Algumas vezes não está lá muito bom, mas em outras, é espetacular. E desta vez, estava ótimo. Ainda consegui ver uma linda mensagem para o Pelé exibida em 2 prédios (que na verdade ficam exibindo propaganda, antes e depois passava uma da Vodafone, uma das operadoras de telefonia aqui no Qatar).

Ao chegar ao Estádio Lusail. Comecei a busca por cearenses. Observa todos para ver se encontrava alguém com a camisa do Ceará, Fortaleza, Ferroviário, Icasa, Crateús…. Infelizmente, nada. Ao mesmo tempo fazia vídeos para as redes e para patrocinador (PingolBet, por sinal, não deixem de se cadastrar e ajudar o Blog fazendo também aquela fé. Você pode ganhar uma grana e ainda confirmar que é não só leitor mas parceiraço deste jornalista).

E nada de eu encontrar cearenses. Eu acho que fiquei do lado errado. Na próxima vez, segunda-feira, no jogo contra a Coreia do Sul, vou para o lado oposto da entrada da mídia para ver se dessa vez eu consigo achar. Em seguida, fui para o centro de imprensa, um lanche rápido. Pedi um pão, que eles falam que é uma pizza (tem queijo, carne e calabresa por cima e era bem grande), com suco. Mas o suco era de caixinha e custava o dobro da Fanta Laranja (que tem um sabor semelhante a um suco). Então, fui de refrigerante mesmo.

Reencontro alguns colegas, Felipe Andreoli e a turma da Globo do lado também lanchando, e em seguida fui para o meu local na tribuna de imprensa. Fiquei ao lado dos queridos Leandro Quesada, Victor Pereira, Jorge Luiz Rodrigues e Samir Mello.

Eu estava muito confiante que o Brasil iria ganhar. Achava que seria 2×0 ou 3×0. O time até começou bem com aquela cabeçada do Martinelli e a defesaça do goleiro Epassy, mas foi só ilusão. É verdade que a Seleção perdeu outras chances incríveis, mas aquele gol tomado no final foi frustrante. E com a possibilidade de a Suíça (no outro jogo) fazer mais 1 gol e o Brasil cair para 2º, aí é que trouxe mais tristeza. Menos mal que nada mudou.

Seleção em 1º lugar e Suíça em 2º. Mas todos os colegas próximos mostraram insatisfação e frustração com o placar. Creio que ninguém esperava uma derrota. Eu fiquei ainda por uns 15min na Tribuna fazendo matéria e divulgando nas redes.

Depois, correria para a Sala de Coletiva, onde Tite concederia entrevista. Como perdeu, imaginei que o treinador da Seleção seria o 1º a falar, mas não foi o que aconteceu. Vieram o goleiro Epassy (escolhido o melhor da partida), em seguida o treinador de Camarões e só depois Tite.

A sala nem estava tão lotada, mas o oficial da Fifa estava apressado. Foram poucas perguntas paras o camaroneses e para Tite da mesma forma. Coletiva terminou rápida, creio que o clima de tristeza bateu em todos e a comissão técnica avisou que não queria esticar.

Logo após finalizar, o médico da Seleção, Dr. Rodrigo Lasmar (que participou da coletiva também), conversou conosco e explicou mais detalhado a situação de Neymar, Alex Sandro, Danilo, Gabriel Jesus e Alex Telles.

Depois disso, pensei em fazer matéria, mas o cansaço estava maltratando, sem contar a tristeza pela derrota. Achei melhor ir logo para o ônibus. E ainda bem que fiz isso. O transporte demorou um pouco pra sair. Cheguei ao Centro de Mídia faltando 20min para o metrô fechar. Ainda bem que a estação é do lado. Na ida, no mesmo vagão, os queridos repórteres do O Globo, Bruno Marinho e Tatiana Furtado. Eles estão hospedados no hotel a 1 quarteirão de distância de onde eu estou.

No hotel, o cansaço bateu com força, mas demorei para dormir. Conversei com os familiares e em seguida, quase 4h da manhã, apaguei tudo para cair no sono. Neste sábado, não haverá coletiva e nem treino aberto para a imprensa, mas começam as oitavas de final e tem jogo da Argentina. Então, é recuperar as energias.