Bandeira do Ceará durante a final da Copa do Nordeste. Foto: Felipe Santos/CSC

A guerra política no Ceará parece que não dá trégua. Em meio à crise dentro de campo com o time não conquistando o acesso de volta à elite nacional, dirigentes, ex-dirigentes, conselheiros, cardeais e ex-cardeais estão nos bastidores efervescendo a gestão alvinegra e criando embates políticos e até ideológicos.

A renúncia do ex-presidente Robinson de Castro no início deste ano e o título de tricampeão da Copa do Nordeste deveriam ter arrefecido a briga política. Mas a campanha ruim na Série B escancarou uma crise que não dá sinais de acabar.

A oposição, que em maio e junho optou por diminuir as críticas para ver até onde o presidente João Paulo Silva conseguiria gerir o clube, voltou ao ataque e exigiu no mês passado que a diretoria executiva apresentasse relatórios e acordos de contratos e transações feitas neste ano.

O prazo, que para muitos era de 20 dias corridos, na verdade é de 20 úteis, e deve ser apresentado ao Conselho Deliberativo em 29 de novembro, quarta-feira que vem. Pessoas ouvidas pelo Blog acreditam que os documentos não serão entregues a tempo.

Para completar, a situação, que na verdade, são conselheiros, que trabalharam e estiveram na gestão do então ex-presidente Robinson de Castro, agora estão questionando a Comissão de Reforma do Estatuto do clube criada pelo Conselho Deliberativo.

Segundo eles, somente membros da oposição estão na Comissão da Reforma. Então, assim, para haver um equilíbrio, a situação resolveu fazer um requerimento para criar uma Comissão Revisora sobre a Reforma do Estatuto.

A ideia não agradou, ainda mais que nos bastidores comentam que parte da situação é contra o poder de votos do sócios torcedores, quer mais poderes aos conselheiros e até abrir uma votação para o clube se tornar uma SAF.

No meio desse furacão, há ainda a tão aguardada reforma profissional em todos os departamento do clube que tanto o presidente João Paulo Silva fala e quer criar. A oposição já avisou que tem de fazer parte, enquanto a situação, que ainda possui integrantes da ex-gestão de Robinson de Castro, também quer uma fatia.

Para completar, os recursos financeiros estão em baixa. Sem o acesso, sem grandes rendas há um bom tempo e com o número de sócios estacionado em 30 mil (chegou a 50 mil ano passado), o clube busca receitas.

Uma parte do dinheiro da Liga Forte União chegou e não conseguiu dar conta. Há outro montante para receber em janeiro e vai ser preciso pedir o adiantamento das cotas da Copa do Nordeste e da Copa do Brasil para o dano não ser maior.

A outra alternativa vai ser vender jogadores que o clube detém direitos econômicos, seja da base, seja do profissional.

Se não bastasse, o elenco atual formado por mais de 30 jogadores vai ser defeito em mais de 70% para2024, assim terão de ser feitos acordos e pagamentos de multas. Com isso, vai ser necessário contratar algo em torno de 15 atletas, além de pagar luvas, empréstimos e comissão de empresários. O que só agrega ainda mais a enorme despesa do clube.