Tutuba durante jogo no PV. Foto: Lenilson Santos/FAC

Em 2023, o Ferroviário foi campeão invicto da Série D do Brasileiro ao superar a Ferroviária na final do Campeonato.

Menos de 1 ano depois, a equipe paulista é a vice-líder a Série C do Brasileiro, classificada para a 2ª Fase e com grandes chances de acesso. Enquanto o Ferrão é o penúltimo colocado e foi rebaixado para a 4ª Divisão Nacional.

A comparação com a Ferroviária é apenas para mostrar que o caminho escolhido pelo clube cearense não foi o adequado.

A eliminação precoce ainda na Pré-Copa do Nordeste e também na 2ª Fase da Copa do Brasil parecem ter causado um impacto enorme nas finanças do time coral, que pelo jeito não se preparou para algo normal no futebol.

A bola de neve cresceu, os resultados não apareceram, apesar de ter chegado às semifinais do Estadual (o que deveria ser visto como obrigação e não como mérito) e o que aconteceu no Brasileiro foi uma tragédia pré-anunciada.

Com uma folha salarial mensal de R$ 700 mil, o Ferroviário atrasou salários, acabou não cumprindo promessas, premiações e acordos e naufragou da pior maneira possível. Mergulhado numa crise técnica em campo e financeira fora das quatro linhas.

O rebaixamento ou melhor o retorno à Série D do Brasileiro tem de ser visto como o estopim para o início de uma mudança profunda e densa na Barra do Ceará.

Com uma suposta chegada de investidores estrangeiros para tornarem o clube uma SAF, é preciso ter sensibilidade, autoridade e principalmente equilíbrio para não entregar a instituição ao primeiro que aparecer com promessas e esbanjando dinheiro.

Por isso, dirigentes, conselheiros, ex-dirigentes, mecenas, beneméritos e patrocinadores precisam deixar de lado alguns conceitos, nuances e vaidades para tomarem medidas de impacto.

Além disso é preciso explicar ao torcedor coral o que houve e o que está acontecendo internamente. E principalmente, o que é necessário fazer para ressuscitar o Ferroviário Atlético Clube.