Rodrigo Caetano e Dorival Júnior durante a convocação. Fotos: Rafael Ribeiro/CBF

Dorival Júnior convocou nesta sexta-feira, 23 jogadores para os 2 jogos da Seleção Brasileira pelas eliminatórias da Copa do Mundo, dias 6 e 10 de setembro contra Equador e Paraguai, respectivamente.

Vivendo talvez sua pior crise desde 1989 (quando conquistou um título relevante depois de 29 anos), a Seleção não foi para as Olimpíadas, acabou eliminada nas quartas de final da Copa América, está em 6º lugar nas eliminatórias e não ganha uma Copa do Mundo desde 2002, o treinador da Seleção segue uma cartilha que não muda.

Dorival optou por manter 14 atletas, que participaram do fracasso na Copa América, o que comprova que não aprendeu com os erros.

Pelo menos, chamou o jovem Estevão, do Palmeiras, e Luiz Henrique, do Botafogo, ambos atacantes, mas é muito pouco para um futebol, que tem um dos campeonatos mais disputados do Planeta.

Aliás, esse clichê do Brasileirão para ser ser somente conversa pra boi dormir, porque se realmente fosse uma competição forte e importante no cenário mundial, com certeza, seria vista com e por outros olhares.

E isso partiria principalmente do treinador da Seleção, que convocou apenas 6 atletas da principal competição de clubes do País, entre eles, o centroavante Pedro, do Flamengo, que está machucado e só deve voltar a jogar em setembro. Daí, você percebe o olhar apurado da comissão técnica.

Dorival ainda chamou o volante André, do Fluminense, que faz uma das piores campanhas no Brasileirão, onde está na zona de rebaixamento, e desde que se machucou não conseguiu voltar a ser o excelente meio-campista do ano passado.

A lista dos 6 tupiniquins é completada com o meia Gerson, também do Flamengo, e o lateral-esquerdo Guilherme Arana, do Atlético/MG.

Havia uma expectativa enorme para que Dorival pudesse fazer mudanças profundas na Seleção (eu era uma dessas pessoas), não por ser do seu feitio, mas pelos últimos resultados e principalmente porque a temporada europeia está começando agora, só 2 rodadas foram disputadas nas principais ligas.

Até porque nomes como Alisson (Liverpool), Bento (Al-Nassr), Danilo (Juventus), Yan Couto (Borussia Dortmund), Wendell (Porto), Bruno Guimarães (Newcastle), João Gomes (Wolverhampton) e Lucas Paquetá (West Ham) poderiam ficar, pelo menos nesses 2 jogos, observando a Seleção dos seus respectivos clubes lá da Europa.

Mas o treinador não quis saber de dar oportunidades a outros talentos locais como os goleiros Hugo Souza, do Corinthians, e João Ricardo, do Fortaleza. O lateral-direito William e o meia Matheus Pereira, do Cruzeiro, o lateral-esquerdo Ayton Lucas, do Flamengo, assim como o meio-campista Marlon Freitas, do Botafogo.

Não que esses jogadores acima foram, são ou serão melhores que os lá da Europa, não é esse o ponto. Mas neste momento desempenham ótimas atuações em seus clubes e assim poderia ser o início de uma reformulação e principalmente valorização do Campeonato Brasileiro.

Só que faz tempo que a Seleção não consegue encantar, nem muito menos se aproximar do torcedor. O mais grave é que, na verdade, ela está distante da realidade do futebol e do público brasileiro. E poucos têm a coragem de bater de frente seja em quem e no que for para mudar esse modelo enraizado na CBF.