João Paulo Silva em coletiva na sala de imprensa do clube. Foto: Ascom/CSC

A Folha de S. Paulo revelou nesta quinta-feira, 19, reportagem em que o Presidente do Ceará Sporting Club, João Paulo Silva, e outras 8 pessoas são investigadas sob suspeita de formação de quadrilha, apropriação indébita e lavagem de dinheiro.

A reportagem informa que “o Ceará Sporting Clube utilizou um contrato com a casa de apostas Estrela Bet, patrocinadora do clube, para emitir mais de R$ 45 milhões em 85 notas frias em 2023. As notas eram canceladas até 72 horas depois de emitidas, após serem apresentadas a fundos de investimento como lastro para adiantar valores que o clube, na verdade, não fazia jus a receber“.

Ainda de acordo com o jornal, “João Paulo confirmou que emitia notas para cancelá-las depois, sem que isso fosse permitido pelo contrato e sem o conhecimento da patrocinadora. Ele afirmou ainda que desconhece o inquérito, que é público, e, por isso, não poderia comentá-lo“.

A Folha de S. Paulo também ouviu a ex-patrocinadora do clube, “A Estrela Bet disse que não reconhecia as notas e que reclamou reiteradas vezes da prática ao longo de um ano, tendo rompido de forma unilateral o contrato em abril passado. Na notificação obtida pela Folha, acusou o Ceará de estar cometendo eventual crime. “As recentes operações de emissão e cancelamento de notas fiscais e a antecipação de recebíveis, no contexto e forma em que foram realizados, violam as provisões contratuais, o artigo 422 do Código Civil e várias outras disposições legais, de natureza cível, fiscal e, eventualmente, até criminal”, disse a Estrela Bet no documento, de 17 de abril“.

Vale lembrar que há cerca de 2 semanas, João Paulo Silva gravou um vídeo informando que havia tomado conhecimento de uma reportagem em que teria seu nome envolvido num inquérito policial e na possibilidade de ter sido usado documentos falsos.

O mandatário, inclusive, convocou uma assembleia extraordinária do Conselho Deliberativo para falar a respeito do assunto e cobrar conselheiros, mas a pedido dos advogados não pôde expor nada sobre o processo.

Após a publicação da reportagem da Folha, nesta quinta-feira, o diretor jurídico do Ceará, Fred Bandeira, declarou ao Futebolês que “Nada disso procede. Estamos aguardando mais informações, mas estamos tranquilos e prontos para prestar qualquer esclarecimento que se faça necessário”, afirmou Bandeira.