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11º Dia em Doha com boas surpresas, revolta na coletiva de imprensa e novamente jogos fantásticos. A quinta-feira foi o dia em que consegui dormir por mais tempo aqui no Qatar. Não sei se pela exaustão, ou pela pomada e gelo aplicados no pé ou pelo pouco sono dos últimos dias ou por todos esses fatores.
Cheguei ao Centro de Mídia da Fifa pertinho do meio-dia. Graças a Deus, o pé já estava melhor da entorse no dia anterior, ainda sentia um pequeno incômodo, mas nada que maltratasse como na quarta-feira.
Fiz algumas matérias e gravei um vídeo explicando sobre o acesso e os ingressos para nós jornalistas. Aliás, o Centro de Mídia é de uma grandiosidade que impressiona. E todos os dias eu descubro algo novo. Eu nem imaginava que tinha barbearia e uma mini academia à disposição. Na verdade, eu nem vi, foram colegas que me falaram. Em breve, vou dar uma volta (grande) para conhecer e mostrar a vocês.
Eram quase 15h, quando resolvi almoçar, mas achei melhor esperar terminar as coletivas do técnico Tite e do Daniel Alves, que começariam às 15h30. É meio estranho comer esse horário, eu sei, mas é algo normal para muitos jornalistas aqui. Inclusive já perguntei a vários colegas e todos responderam que só estão fazendo 1 refeição por dia e que estão indo dormir lá pelas 4h da manhã e acordando por volta das 10h, 11h.
Ao chegar ao auditório para a coletiva, novamente, uma multidão. Ainda mais com Daniel Alves para falar, já era esperado, assim como a disputa para fazer perguntas. Os braços levantados dos repórteres pareciam ser bem mais do que nas entrevistas anteriores.
E como aconteceu na coletiva passada, houve revolta de muitos por não conseguirem perguntar. Entre eles, Galvão Bueno. O narrador ficou extremamente indignado por não ter conseguido indagar o lateral Daniel Alves, ficou em pé e falou alto para o oficial de comunicação da Fifa, que respondeu dizendo que ele iria perguntar ao Tite, mas o jornalista da Globo retrucou e falou que queria indagar ao jogador.
Como eu já havia perguntado na coletiva passada e vi vários colegas indignados por não terem indagados a Tite e Marquinhos, levantei meu braço (óbvio), mas já sabendo que seria quase impossível perguntar desta vez. Mesmo assim, no final, aqueles que (mesmo participando da coletiva nas últimas 2 vezes) queriam porque queriam perguntar novamente e foram até o oficial da Fifa reclamar.
O funcionário da Fifa, que é português e já deve ter mais de 60 anos de idade, novamente repetiu que não poderia atender a todos. Só para vocês terem uma ideia, acho que haviam pelo menos umas 100 pessoas querendo perguntar, talvez (no máximo) 25 devem ter conseguido. Não é fácil.
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Depois da coletiva, enfim, almoçar. Na minha programação, eu iria analisar se daria tempo eu ir ao treino da Seleção (que aconteceria às 18h e seria aberto por apenas 15min), retornar ao Centro de Mídia e ainda pegar o ônibus para ir ao Estádio Al Bayt, o mais longe da Copa.
Resolvi não ir com a certeza de que não daria tempo. Fiquei no Centro de Mídia, gravei material para a TVC, fiz as matérias sobre a coletiva e também sobre o treino (deu para saber das novidades com alguns colegas) e por volta das 20h fui à central dos ônibus para ir ao jogo Costa Rica x Alemanha (o último transporte sairia às 20h20, antes era até 20h).
Só que para minha surpresa, na verdade para vários jornalistas que estavam retornando, o último ônibus saiu às 19h50 e não haveria mais. Alguns colegas argumentaram com os funcionários da Fifa, mas não teve jeito, não havia mais transporte.
Pense num desespero que bateu! Porque da última vez que aconteceu isso, fui de Uber com o querido Guilherme Pinheiro, paramos a cerca de 2km do Estádio e ainda perdemos o 1º tempo quase que completo de Inglaterra x EUA (apesar de terem sido 45min cansados).
Só que nessas horas os anjos da guarda aparecem. O gigante Bruno Marinho, do jornal O Globo, me disse que no jogo passado, no Al Bayt, havia feito um trajeto de metrô e depois de ônibus, junto com os torcedores e foi de boa, sem estresse. Eu não tinha alternativa e fomos juntos, rezando para que desse tudo certo.
Meus amigos, foi ESPETACULAR. No metrô, encontramos um brasileiro (Victor) que é paulista, mas com a família toda cearense do Crato. Ele estava vindo do jogo da Bélgica contra a Croácia e foi falando tudo sobre como estava vendo a Copa e tal. Foi um papo muito bacana e ele ficou na última estação.
Eu e o Bruno pegamos o ônibus para o Estádio e também de forma rápida e tranquila chegamos faltando pouco mais de 10min para começar a partida. A caminhada também foi de boa até a entrada da mídia e depois foi só subir para encontrar e sentar no meu local.
O jogo foi excelente, virada e revirada e ainda com tudo o que estava acontecendo na outra partida do grupo, o estádio todo vivia uma tensão enorme. No final, os alemães ganharam por 4×2 dos costarriquenhos, mas ambos foram eliminados e deu para perceber a tristeza e choro dos 2 lados.
Enquanto pelo monitor, acompanhei a celebração inacreditável dos japoneses, que bateram a Espanha, de virada, por 2×1, e não só se classificaram para as oitavas de final, como terminaram em 1º. A Fúria ficou em 2º.
Eu também havia recebido o ingresso para participar da Zona Mista, consegui pegar as palavras dos jogadores da Costa Rica (o lateral Duarte, o zagueiro Vargas e o atacante Bennette) e enviei para o grupo de jornalistas brasileiros, que cobrem as seleções estrangeiras. Até esperei pelos alemães, mas o cansaço já estava em alto nível e os jogadores estavam demorando, então, achei por bem ir pegar o ônibus da mídia de volta.
Em seguida, o metrô para o hotel, uma passada no mercadinho no saguão, comprei um saco de pão de leite e, enfim, o meu quarto. Uma conferida no pé para saber se estava tudo bem, 15min de gelo, depois conversa com os familiares e dormi. Nesta sexta-feira, é dia de Brasil em campo. Ou seja, o dia vai ser bem puxado.