Fotos: Davi Rocha/Pera Photo Press

O recomeço para o Ceará dar a volta por cima, ter de volta o apoio do torcedor e amenizar as feridas do ano passado passa pelo Estadual. O início desta temporada programava 4 duelos contra times, que nem sequer pertencem a divisão do futebol brasileiro e outros com limitação financeira e técnica.

Mas o que o Ceará mostrou até aqui trouxe muito mais preocupação do que empolgação. E olhe que o time goleou 2 adversários Pacajus e Guarani. Mas até mesmo na vitória de virada sobre o Maracanã e principalmente na derrota acachapante para o Ferroviário, o cenário é de que há muito a ser feito.

Apesar dos mais otimistas alertarem de que início de trabalho é sempre é assim, que chegaram 12 reforços, que houve uma mudança enorme no elenco e que o treinador está começando uma nova jornada. Só que isso deve ajudar internamente lá dentro do clube.

Para quem está do lado de fora de Carlos de Alencar Pinto, a sensação é de que os erros se mantiveram, contratações foram equivocadas e são necessários mais reforços.

Mesmo diante de adversários frágeis, o sistema tático padeceu. Jogadores rodados, com experiência no Exterior, com dezenas de partidas no Brasileirão parecem que desaprenderam ou estão longe do ideal técnico, físico e anímico.

Claro que os rebatedores vão argumentar que futebol mudou, que hoje está mais nivelado, que são 11 contra 11. No entanto, se o desnível foi realmente equilibrado é preciso entender e saber o motivo de ter sido no lado com mais poder financeiro, estrutura e técnica.

E isso preocupa, até porque a estrutura dada pelo Ceará ao elenco e à comissão técnica está bem distante da realidade vivida por Pacajus, Maracanã, Guarani e Ferroviário. Sem contar folha salarial, alimentação, hospedagem, aparato clínico e médico.

Depois de toda a tragédia acontecida em 2022, com os protestos contra a diretoria se intensificando e exibindo mais revolta dos alvinegros, o que se esperava era que no início deste ano acontecesse uma resposta imediata e principalmente sem erros que indicassem o vexame da temporada passada.

Num momento tão turbulento em que o clube vive fora das quatro linhas, era necessário que os responsáveis pelo futebol dentro de campo tivessem a consciência de que a ferida estava exposta e sangrando. E um curativo, mesmo que paliativo, pedia e clama por urgência.

Vamos ver até quando vão entender o que realmente está acontecendo.