Foto: Daniel Galber

Foram 3 anos de uma intensa relação, mas chegou ao fim o casamento entre Ceará e Vina. O atleta, que tinha contrato até o final de 2024, deixa o clube alvinegro (em comum acordo) e vai atuar no Grêmio.

Desde a chegada em janeiro de 2020, Vina, com 28 anos, teve uma inflamada relação com a torcida alvinegra. E o relacionamento começou da melhor maneira possível com o título invicto e a artilharia da Copa do Nordeste nesse mesmo ano.

Se não bastasse, o camisa 29 ainda foi avassalador na mesma temporada ao levar o Ceará à Copa Sul-Americana, ser escolhido como um dos craques do Brasileirão e integrar a Seleção do Campeonato. Foram 59 partidas, 23 gols e 19 assistências. A melhor temporada dele na carreira e que chamou a atenção de grandes clubes.

Ao final do ano, o Ceará, então, resolveu renovar contrato com Vina e ampliou o vínculo para o final de 2024, com salários, que por um período foram os maiores do Nordeste, cerca de R$ 500 mil (com premiações e bonificações) e uma multa de R$ 30 milhões.

A partir de então, nem o time e nem Vina mantiveram o sucesso da temporada anterior. Em 2021, o Ceará perdeu a Copa do Nordeste para o Bahia, nos pênaltis, no Castelão, e em seguida o Estadual para o Fortaleza. Para completar, foi eliminado da Copa do Brasil para o rival tricolor.

A lua de mel parecia que estava terminando, mas na reta final do Brasileirão, o Ceará, com 2 gols de Vina, aplicou uma goleada de 4×0 sobre o Fortaleza. E a relação voltou ao normal.

Só que em 2022, o ano trágico do Ceará teve Vina também como protagonista. Os pênaltis perdidos nas eliminações para o Iguatu, no Estadual, e para o São Paulo, na Sul-Americana, além da expulsão no jogo contra o Goiás, pelo Brasileirão, deixaram boa parte da torcida revoltada.

O rebaixamento à Série B foi o estopim para o casamento chegar a uma crise, que levaria à separação a qualquer momento. E aconteceu com a chegada de um clube, que pudesse arcar com os salários completamente fora da realidade da Série B do Brasileiro.

Carismático e polêmico, ele conquistou o torcedor não só dentro de campo, falava e escrevia “Capital do Ceará”, ao invés do nome da cidade de Fortaleza e ainda era o primeiro a puxar os gritos da torcida no Estádio.

Muito ativo nas redes sociais fez provocações ao rival Fortaleza, declarou amor ao clube e à torcida em várias postagens. Arrumou confusão com o zagueiro Juan Quintero, mas depois apagou o post. Além disso, sempre gostava de parabenizar e elogiar amigos e companheiros. Não era à toa, que os colegas sempre o elogiavam e o defendiam, quando as polêmicas surgiam.

Em determinados momentos se sacrificou ao jogar fora da posição, passou por um longo jejum sem gols e chorou quando voltou a balançar as redes. Quando era possível ficava após as partidas conversando e tirando fotos com os torcedores.

A partir de 2021, os torcedores rivais começaram a chamá-lo de pipoca, porque em momentos decisivos, ele não conseguiu aparecer e mostrar todo o seu talento. Inclusive, ele mesmo tirou onda com o apelido, após um Clássico-Rei em que o Ceará venceu e ele fez gol. Em postagem no Instagram, nesta terça-feira, colocou um gol feito contra o Fortaleza com a música “pipoca”, do Araketu.

Vina deixa o Ceará, mas marcou o nome no clube. É o maior artilheiro da história do time alvinegro na Série A do Brasileiro e na Copa do Brasil. Com a camisa alvinegra foram 168 jogos, 46 gols e 31 assistências.