
Só houve um momento em que o Fortaleza não dominou a partida, desta quinta-feira, pela 3ª Fase da Copa do Brasil, foi logo no início, aos 7 minutos, através de um escanteio, Klauss acertou a trave e a bola caprichosamente bateu na trave e foi parar nas mãos do goleiro Felipe Alves.
Depois disso, a equipe do técnico Juan Pablo Vojvoda mandou no jogo. Ganhou por 3×0, mas poderia ter feito mais, se não tivesse segurado o ímpeto. No entanto, essa vitória leonino tem seus motivos e não há a menor chance de ser colocada na conta do acaso, dos detalhes ou de falhas do rival.
O Fortaleza venceu o 2º Clássico-Rei na temporada, garantiu vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil e eliminou o rival, porque não esperou o adversário, tomou a iniciativa, foi pra frente e quis sair de campo com o resultado positivo. O time tricolor teve uma superioridade que poucas vezes se viu num duelo entre Ceará e Fortaleza.
Com uma defesa bem postada, novamente com 3 zagueiros (Tinga, Titi e Jussa), além de Crispim e Pikachu voltando para fazer uma linha de 5 defensores, o Fortaleza não dava espaço para o Ceará penetrar na área tricolor. Além disso, a formação sem a bola, saltava para um 3/5/2 com os alas avançando e dando liberdade no meio para Éderson e Vargas.
O time tricolor ainda contou com uma equipe alvinegra completamente pilhada, emocionalmente desequilibrada. Em vários momentos houve fortes reclamações do goleiro Richard, do meia Vina e do atacante Saulo.
Para completar a noite ruim do Vovô e felicidade do Leão, a zaga alvinegra deixou Felipe livre dentro da área para dominar e abrir o marcador. O gol maltratou o Ceará que não se encontrou mais em campo. Se já estava difícil ficou ainda pior. Aí, a falha de Charles, que entregou a bola para David marcar o segundo praticamente sacramentou a vitória tricolor.
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Na etapa final, Guto não quis ousar. Mesmo perdendo de 2×0, manteve o esquema tirou Saulo (até então o mais arisco do time) para a entrada de Lima e sacou Charles (abalado pelo gol dado) e colocou o jovem Geovane, deixando Oliveira no banco. Não deu pra entender.
O Vovô não produziu nada de novo. Enquanto o Fortaleza seguiu mandando em campo. O terceiro gol tricolor estava muito mais próximo de acontecer do que o primeiro alvinegro. E não deu outra, David livre de marcação fez o segundo dele, o terceiro leonino e matou a partida.
Com 3×0 no placar, o Fortaleza se deu ao luxo de aí, sim, só ir na boa, fazer as mudanças, devido aos jogadores estarem esgotados e manter uma defesa sólida sem levar gols. (em nove jogos, apenas 4 tomados). Com o freio de mão puxado, o tempo passou e o Tricolor só esperou o árbitro encerrar para conquistar a classificação merecidamente.
Um time que por quase 90 minutos mandou e foi imponente dentro de campo, soube ser fiel ao que o treinador pediu e aplicou um placar dilatado com bastante propriedade.
Ao Ceará, resta juntar os cacos, rever conceitos (principalmente o treinador e jogadores como Vina, que mais uma vez fez uma péssima partida e foi substituído) e acreditar que é possível seguir firme no Brasileirão.
Ao Fortaleza, só há motivos para celebrar uma partida memorável, uma classificação histórica e um momento arrebatador.
📸 Pedro Chaves/FCF