
Depois das cenas lamentáveis e dos atos de violência que mancharam o futebol cearense durante a partida contra o Cuiabá, na Arena Castelão, pela 32ª Rodada do Brasileirão, o presidente do Ceará, Robinson de Castro, concedeu entrevista ao Sistema Verdes Mares.
Na tarde desta segunda-feira, 17, o mandatário alvinegro falou sobre o ocorrido e pediu desculpas aos torcedores.
“A gente tá muito triste e lamenta tudo o que aconteceu. Estamos aguardando também o levantamento de imagens tanto da Polícia como da Secretaria (de esportes) e o Ministério Público estão fazendo para identificar as pessoas que ativaram essa situação toda. E vamos buscar punir e afastar de vez essas pessoas do Estádio, que vão com o objetivo de promover violência. A gente até entende os protestos, manifestações, palavras de ordem, faixas… isso aí faz parte do futebol. Mas a violência, ela não pode acontecer. Esse ano, inclusive, não é a primeira vez que acontece. É a primeira vez que acontece conosco, Mas até tinha acontecido em alguns jogos do Fortaleza. Ou seja, esse fenômeno voltou a acontecer aqui no futebol cearense. A gente precisa avaliar onde estão surgindo esses comandos de violência nos estádios. Independente se é em jogos nossos ou do adversário, do fortaleza. E inibir. As pessoas não podem frequentar. Enfim, só tenho de pedir desculpas ao torcedor, às famílias, a todos que de alguma forma se sentiram vitimadas com essa situação. E vamos buscar agora de todas as maneiras, fazer justiça para aqueles que causaram possam sofrer uma pena evitando que eles compareçam a evento como esses”, declarou.
Sobre os protestos da torcida contra a diretoria, contra a administração, muitos inclusive pedindo a renúncia dele, Robinson foi categórico.
“É óbvio que num ano tão ruim quanto esse, o torcedor não esteja feliz. Ele está querendo respostas, inclusive, com a eventual saída do Robinson do Ceará. Que eu sou o grande responsável pelo clube. E não transfiro isso pra ninguém. Não vou transferir qualquer situação pra seu ninguém. Agora, por ser responsável, eu também sei que eu preciso estar no clube neste momento. Dia 14 (de novembro, um dia depois do último jogo da Série A), eu posso até pensar em mim, mas seria muito cômodo agora eu pegar e sair, acho que 90 por cento das pessoas fariam isso. E deixariam pra lá o problema. Eu, não. Eu tenho coragem suficiente para enfrentar o momento, pra gente poder sair dessa situação. Eu acho que é assim que a gente tem que ter de atitude num momento como esse. Suportar as críticas, compreendê-las, não significa que é por isso que você tem de se submeter a uma situação que vai ser pior. E eu não estou pensando em mim. Eu estou pensando no clube. Estou pensando na instituição. Estou desprendido de qualquer coisa. Mas até o dia 13, nesses 6 jogos, eu preciso dar o meu melhor, transmitir dentro do clube, tudo que for possível de energia, de coragem para os atletas, de confiança, de concentração, de tentar blindar de toda a maneira para que a gente consiga o nosso objetivo. E daí, em diante a gente repensa”, concluiu.
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