
Parecia até uma profanação, o treinador mais cobiçado do futebol brasileiro preterir gigantes como Corinthians, Atlético/MG, Vasco e Santos para permanecer no Fortaleza por mais 1 temporada.
Alguns chegaram a falar que Juan Pablo Vojvoda estaria assustado com um provável desafio em clubes do Sudeste. O desconhecimento (para não falar preconceito) de alguns analistas é cultural de parte de uma população que vê o Brasil desenvolvido apenas na parte de baixo do mapa.
E essa percepção não é apenas na política, na saúde ou na economia é também no esporte. O futebol, maior paixão do País, não iria ficar fora. Ainda mais para a turma que vive de acreditar que o mundo gira apenas no eixo.
Vojvoda optou por aceitar a proposta do Fortaleza. Renovou contrato até 2024, vai ganhar o dobro do que recebei (cerca de R$ 700 mil/mês) e terá poder de decisão para montar o elenco da forma que achar melhor.
O respaldo é dado por uma diretoria que manteve o treinador mesmo após passar 20 rodadas na zona de rebaixamento e 14 rodadas na lanterna do Brasileirão. Qual outro clube do País seguraria tal profissional?
Talvez, essa seja a diferença para a turma que vive num mundo paralelo, longe da realidade do que acontece no restante do Brasil, mais precisamente no futebol cearense. Estabelecer uma relação profissional, ética, com competência, respeito e idolatria geralmente provoca esse tipo de renovação contratatual.
Claro que tudo isso é raro de acontecer no eixo Sul-Sudeste, onde o planejamento é baseado no resultado e na conquista de triunfos. Uma pena que essa galera não conhece o futebol profissional que é produzido por esses lados.
Quem sabe, quando eles abrirem os olhos, vão entender o motivo de um treinador argentino fazer sucesso no futebol cearense e recusar a trabalhar no eixo.