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3º dia em Doha e os resquícios do dia 02 foram fortes. Afinal, depois do jogo da França e da live no Instagram só consegui dormir depois das 4h da manhã (horário do Qatar, 22h horário cearense). Então, só me levantei por volta das 11h. O cansaço tinha batido muito forte.
Só que este 3º dia, quarta-feira, reservava para o Centro de Mídia as aguardadas entrevistas do técnico Tite e do zagueiro Thiago Silva, que será o capitão do Brasil durante toda a Copa. Essas coletivas são oficiais da Fifa. E seguem todo o protocolo da entidade, como se estivéssemos no Estádio pós-jogo.
Ao chegar ao Centro de Mídia, por volta do 12h, já dava para perceber a movimentação de vários jornalistas brasileiros, que geralmente não aparecem. O que já mostrava o quanto as coletivas seriam concorridas. Ao invés de tomar café, fui logo almoçar e forrar bem o bucho, até porque, o dia, mais uma vez, seria uma correria sem tamanho.
Por volta das 14h15, o sistema de som do Centro de Mídia avisou que em 30min iria começar a coletiva oficial de pré-jogo de Portugal, com o técnico Fernando Santos e o meio-campista Bernardo Santos (do Manchester United). Então, claro que fui dar aquela conferida. Bastava apresentar a credencial e encontrar um lugar pra sentar.
Quando cheguei, por volta das 14h40, já estava tomado, mas deu pra sentar. Das 5 primeiras perguntas, 3 eram sobre Cristiano Ronaldo, que, momentos antes havia saído a notícia de ter deixado o Manchester.
Percebi, então, que seria melhor pegar um lugar na coletiva da Seleção Brasileira. Mas o auditório ainda não havia sido liberado. A movimentação de jornalistas já era enorme e a equipe da globo já marcava presença com muitos profissionais.
Ao entrar no recinto, tentei encontrar um local fácil de ser visto pelo chefe de comunicação da Fifa. Para fazer pergunta é necessário levantar o braço, ele ver e assentir, aí, sim, você poderá perguntar. Imagina aí um auditório com 200 pessoas e praticamente todos querendo perguntar? Não é fácil, né?
Encontrei um local mais ao fundo, que era possível o “homi” me ver, até porque lá na frente estavam as feras: Zé Alberto Andrade, Cahê Mota, Cosme Rímoli, Ana Thaís Matos, Juca Kfouri, Lédio Carmona, Gabriela Ribeiro, Raísa Simplício, Eric Faria, Casagrande, Júnior, Milton Leite…
Antes das entrevistas começarem, surge Galvão Bueno, que rouba as atenções. Vários colegas vão abraçá-lo e conversar com um dos maiores de todos os tempos.
A coletiva começou e claramente deu pra perceber que o chefe de comunicação da Fifa, Jorge Baptista, que apresentou e comandou as entrevistas não conhecia os jornalistas. Ele simplesmente concedeu a 1ª pergunta a um estrangeiro, o que já desagradou a todos. Assim como outros 5 forasteiros também participaram. Depois, obviamente, sem saber, permitiu que 4 jornalistas da TV Globo fizessem perguntas, enquanto outras emissoras e rádios detentoras de direitos de transmissão não conseguiram perguntar. Mas é assim mesmo. Na Copa da Rússia, em 2018, houve algo semelhante.
Ao terminar o evento, fui até o palco para tentar falar com ele, assim como outros colegas. Jorge se justificou dizendo que não conhecia os jornalistas, pediu desculpas e disse que na próxima não irá acontecer mais. Fiz questão de me apresentar, e ele respondeu que com o meu nome vai ser difícil esquecer de mim e sorriu.
No mesmo instante, Casagrande e Júnior chegaram para tentar falar com Tite, que atendeu os 2 e começaram a conversar. Aí, a massa de repórteres chegou para tentar filmar e também arrancar uma outra palavra do treinador. Mas não durou 2min e o técnico foi embora.
Com o fim da coletiva, eu precisava fazer a matéria da coletiva e em seguida sair rapidamente para pegar o metrô, depois o ônibus e ir ao treino da Seleção, que estava marcado para as 18h e só poderíamos ficar por 15min. Só que já eram 16h30 e até o Estádio Gran Hamad o trajeto todo dura cerca de 1h10min.
O metrô foi de boa até a estação de ônibus. Mas depois tudo desandou. O ônibus demorou para chegar, pegamos um engarrafamento gigante e para piorar o motorista não conseguiu me deixar na parada que solicitei e como a Lei de Murphy é implacável a parada seguinte ficava quase 1km de distância da anterior, que são pouco mais de 500m do Estádio. Ou seja, caminhada de cerca de 1,5km.
Só consegui chegar ao treino às 18h15. Na entrada, o companheiro Cahê Mota do ge.com também apressado igual a mim. Infelizmente, só deu para pegar apenas 2min, em seguida o Vinícius Rodrigues, assessor da Seleção, passou e disse que estava encerrado.
Por outro lado, já fora do campo, vi Galvão Bueno passando e parou pra conversar com os companheiros da Globo. Perguntei se ele poderia tirar uma foto comigo. Ele respondeu: “Claro. Vamos”. O Cahê Mota, que estava do lado, fez o registro histórico.
Depois, mais peleja. Só podíamos ficar até 19h15 no centro de imprensa do Estádio. Tinha de fazer 2 matérias (aquelas da coletiva ainda). Fiz 1, e quando estava fazendo a 2ª, um funcionário informou que o ônibus para o Centro de Mídia iria sair às 19h.
Fui logo lá para fora para não perder minha vaga, pois havia dezenas de jornalistas, que não caberiam no ônibus. Aqui, uma observação, eu não sabia que havia um ônibus do Centro de Mídia para o Estádio onde a Seleção treinava. Ele só fica disponível em dias de treino oficial da Fifa, como o desta quarta-feira, véspera de jogo.
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Lá fora, no chão, procurando internet para funcionar, tentei fazer a matéria, mas a internet era muito sofrível. Tentei ligar o 4G, mas até funcionava no celular, mas para rotear ficou lento no notebook. Vi o ônibus chegando, aí guardei minhas coisas e pensei, dá pra fazer no Centro de Mídia, antes de ir para o jogo da Bélgica contra o Canadá.
No entanto, o motorista informou que o ônibus só sairia às 20h15. Pense num balde de água fria. Chega bateu uma tristeza. Enfim, foi esperar. Acabei fazendo uma passagem para o Jornal da TVC pelo celular, a luz não ajudou muito, já era noite, mas deu pra enviar de boa.
O ônibus, contudo, só saiu 20h30, o motorista ficou esperando os jornalistas sérvios, que estavam sei lá onde. Ao chegar no Centro de Mídia, só fiz trocar de ônibus para ir ao Estádio Ahmad Ahmad Bin Ali.
Somente lá, enfim, consegui fazer minha matéria sobre a coletiva do Tite. Para jantar, comprei um cachorro quente e uma Coca-Cola ao preço de 40 catari ( algo em torno de R$ 60 – PENSE!? E o cachorro quente cansado, daqueles de estádio mesmo, sem molho, sem nada só pão e a salsicha). Aí, acompanhei o jogo ao lado do querido Martin Fernandez, do grupo Globo. Boa partida, mas o árbitro prejudicou o Canadá, que perdeu um pênalti e o jogo por 1×0 para os belgas.
Na volta pro hotel, completamente morto, já passava de 1h. Não aguentei muito, falei com a esposa, filhas e dormi. Esqueci completamente da Live, no Instagram, mas acho que foi pela exaustão do dia cheio.
Nesta quinta-feira, 4º dia, é a estreia da Seleção Brasileira, então, vai ser pra arrebentar.