
Eu não consigo entender o motivo de a Seleção Brasileira não jogar amistosos em solo nacional. Para mim, nada justifica. Não há dinheiro que pague. A CBF é multimilionária. Só os contratos de patrocínio com a Nike, Mastercard, Ambev e Itaú já resolveriam qualquer questão financeira.
Há outro argumento (nos bastidores), o de jogar amistosos na Europa (ou na África – como é o caso deste sábado, diante do Marrocos, em Tanger, às 19h) facilita a logística para os atletas não se desgastarem tanto com viagens atravessando o Atlântico.
Então, meus amigos, deem chances para quem está desse lado do oceano. Ou durante as eliminatórias da Copa do Mundo esse desgaste não é sentido?
Um País continental com belíssimos estádios em todas as regiões, um povo apaixonado por futebol, sedento por ídolos e disposto a pagar enormes quantias para ver craques desfilando pelos gramados merecia mais atenção, respeito e carinho.
Enquanto houver esse distanciamento, a Seleção, aos poucos, vai se tornando apenas ativa no coração dos brasileiros durante a Copa do Mundo e ainda com ressalvas, já que não vence há mais de 2 décadas.
Com jogadores cada vez mais cedo saindo do País, preterindo seguir a carreira num clube nacional e preferindo jogar na Europa, o futebol brasileiro vai se alimentando de uma parcela de torcedores, que segue uma outra cartilha.
PSG, Barcelona, Liverpool, Manchester, Real Madrid, streamings, Vídeo Games vão se aproximando e entrando cada vez mais nos lares brasileiros e causando encantamento a uma geração acostumada com o imediatismo e com qualidade.
Enquanto isso, a CBF, parte da imprensa, de jogadores, de treinadores e de dirigentes seguem apostando na tradição (lembrando Pelé, 1970, único País pentacampeão da história, Romário, Ronaldo…) ou na famosa “amarelinha” (que custa quase R$ 500) como argumentos para manter aceso o fogo da paixão do povão.
Quando o fundo poço já estiver numa altura que não for possível mais sair, o muro das lamentações será grande e os culpados não serão esquecidos.