
Quando a safadeza das manipulações de resultados estava apenas em distantes campeonatos estaduais e na Série D do Brasileiro, os arautos da cartolagem brasileira rebatiam sobre os riscos de que as apostas não teriam chance na elite.
Um dos argumentos mais batidos era de que pelo profissionalismo, nível e salário dos atletas não haveria como a máfia se instalar e querer macular a competição, como aconteceu em 2005 com o então árbitro Edilson Pereira de Carvalho.
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Só que como diz o filósofo: “A bola gira”. E dessa vez não apenas girou como rodopiou de tudo que é jeito. De acordo com reportagem da “Revista Veja” 8 jogos da Série A do Brasileiro de 2022 são investigados por fraude, conforme investigação do Ministério Público.
Palmeiras x Juventude
Juventude x Fortaleza
Goiás x Juventude
Ceará x Cuiabá
Red Bull Bragantino x América/MG
Santos x Avaí
Botafogo x Santos
Palmeiras x Cuiabá
Só pra ressaltar, nesses 2 jogos com times cearenses em campo, nenhum jogador do Ceará e nem do Fortaleza foi aliciado. O MP revela detalhes sórdidos de atletas, que foram aliciados e que chegaram a receber de R$ 5 mil a R$ 60 mil para levar cartão amarelo.
A CBF se vangloriava de que havia contratado ano passado a empresa SPORTRADAR INTEGRITY SERVICES, com o objetivo de monitorar e a supervisionar os principais jogos do futebol brasileiro, visando evitar qualquer risco de manipulação de resultado.
Pelo jeito, não funcionou. E para piorar, a ponta desse iceberg revelado pelo Ministério Público parece não ter fim. Com as centenas de casas de apostas espalhadas em todos os times da Série B e em vários da Série A, além de bancar o naming rights de competições e patrocinar placas de publicidades e emissoras de tvs, vai ser difícil haver um freio.
Ou a CBF, o MP, o STJD e a Justiça comum tomam medidas duras, pesadas e com o intuito de cortar o mal pela raiz, ou essas ramificações vão se estender ainda mais e corromper o futebol brasileiro da pior forma possível.