Presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Foto: Ascom/CBF

Neste exato momento em que você lê esse artigo, algum criminoso pode estar aliciando um jogador para cometer determinada infração nos jogos da noite desta quarta-feira da Série A do Brasileiro. E pior, o atleta pode praticar o ato.

Apesar de o Ministro da Justiça, Flávio Dino, autorizar a Polícia Federal a abrir inquérito para investigar o escândalo das apostas esportivas, nem CBF, nem as casas de apostas, nem o Ministério Público e nem ninguém fez nada, absolutamente nada para coibir, repreender ou solucionar esse escândalo que macula o futebol brasileiro.

Vale lembrar que em 2022, a CBF contratou a empresa Sportradar Integrity Services visando evitar qualquer risco de manipulação de resultado. E pergunta que fica no ar é: Essa empresa não fez nenhum relatório? Não viu nada de errado?

Em nota de esclarecimento (veja a íntegra ao final deste artigo), o Presidente da CBF diz que “espera que haja rigor de quem está fazendo as apurações”.

É bom ressaltar que com tanta oferta, dinheiro fácil, sem fiscalização, sem Lei e sem orientação, o campo sempre esteve e está aberto e livre para criminosos surgirem, aliciarem, assediarem e convencerem pessoas vulneráveis e tendenciosas a cometerem atos ilícitos.

E não é a 1ª vez que o futebol brasileiro sofre com esse tipo de máfia. Em 1982, aconteceu a da Loteria. Em 2005, a do Apito. Ou seja, quem conhece o nosso esporte bretão já sabia que o risco era enorme e que deveria haver orientação, fiscalização e controle.

Pelo jeito, é torcer ou rezar para que o estrago não tenha atingido (ou na atinja) outros setores do campo (arbitragem é um deles). Apesar de os rumores apontarem para que o que foi revelado é apenas a ponta do iceberg. Por isso, são necessárias, com urgência, medidas e punições rigorosas.

Abaixo, confira a nota da CBF:

Com relação a suspeitas de envolvimento de atletas de clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022, em possíveis atos de manipulação de resultados de partidas, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informa que o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, enviou ofício à Presidência da República e ao Ministério da Justiça, solicitando que a Polícia Federal entre no caso, com o objetivo de centralizar todas as informações a respeito dos casos em investigação. A CBF, por sua vez, estará à disposição para dar todo o apoio necessário.

A CBF ressalta, ainda, que não há qualquer possibilidade de a competição atual ser suspensa. E vem trabalhando em conjunto com a FIFA e outras esferas internacionais para um modelo padrão de investigação. Vale lembrar que a entidade, que igualmente é vítima destes possíveis atos criminosos, não foi, até o momento, oficialmente informada pelas autoridades sobre os fatos.

Na reunião ocorrida no último dia 7/03, na sede da entidade, com a participação de Promotores e Procuradores de Justiça de diferentes estados do país e do Conselho Nacional do Ministério Público, a Confederação já havia se colocado à disposição para subsidiar situações desse tipo, sempre que acionada.

A CBF ressalta que, tão logo estejam comprovados os fatos, espera que as sanções cabíveis por parte do STJD sejam tomadas de forma exemplar. Mais uma vez, a entidade reforça que o campeonato não será suspenso, mas defende que a punição de atletas e demais participantes do esquema de fraudes aconteça de forma veemente.

“Venho trabalhando em conjunto com a FIFA, demais entidades internacionais, além de clubes e Federações brasileiros, com o intuito de combater todo e qualquer tipo de crime, fraude ou ilícito dentro do futebol. Defendo a suspensão preventiva baseada em suspeitas concretas e até o banimento do esporte em casos comprovados. Quem comete crimes não deve fazer parte do futebol brasileiro e mundial “, assinalou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.