
Em má fase no profissional, algo completamente diferente do que acontece nas categorias de base, o Ceará, assim como muitos times deste Brasil, em que o futebol é tratado com paixão, amor, ódio que extrapolam a razão, foi “denunciado” por alguns torcedores.
A acusação é de que há um funcionário nas categorias de base do clube que torce para o maior rival (Fortaleza). Prints (imagens antigas) de “10 anos atrás” foram divulgados e compartilhados expondo a preferência clubística do empregado alvinegro.
O objetivo era de que o funcionário fosse demitido. Os argumentos beiravam a falta de inteligência ou o excesso de burrice que iam desde o motivo de o clube ter sido rebaixado para a Série B até mesmo o atual momento da equipe no Brasileiro (10º colocado).
Aliás, este Blog apurou que até ameaça de morte o rapaz sofreu. Para vocês terem noção do grau de doença de algumas pessoas.
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Só que a diretoria do Ceará bateu o pé e não demitiu o funcionário. No meio desse turbilhão, o time alvinegro foi disputar o título do Campeonato Cearense Sub-20 justamente contra o rival Fortaleza.
O Ceará acabou ganhando nos pênaltis, com o goleiro César defendendo 2 cobranças. Advinha quem passou informações ao camisa 1 do Vovô sobre a forma de os atletas do Fortaleza baterem as penalidades?
Aliás, mesmo que não tivesse conquistado o título estadual (o 3º dele como funcionário do Ceará, sem contar que ainda possui uma taça de Brasileiro de Aspirantes), o analista de desempenho, defenestrado por doentes, possui competência algo necessário não apenas no futebol, mas na vida profissional de qualquer trabalhador.
Em entrevista coletiva, nessa terça-feira, o diretor das categorias de base do Ceará, Israel Portela, foi questionado sobre o assunto. E deu uma aula sobre o que é profissionalismo e o que representa o funcionário.
Aliás, que sirva de lição e aprendizado para outros clubes, que ainda usam de artifícios amadores e provincianos para impedir que um trabalhador competente seja demitido ou não seja contratado para defender as cores do time.
O que me intriga é que treinadores e jogadores (inclusive alguns demonstrando afeto à torcida até rival) podem ser contratados, defender o clube e ainda ser ovacionados pelos mesmos que fazem tais atitudes como essa ao funcionário do Ceará.
O mundo seria melhor se o futebol desse mais um passo rumo ao profissionalismo, que tais atitudes como essa da diretoria do Ceará possam inspirar outras agremiações a refletirem sobre fazer um mundo melhor.
Como bem disse certa vez Silvio Santos: “o Bem sempre vence o Mal, perto ou longe, cedo ou tarde”.