
Perder um título histórico e inédito nos pênaltis é sempre dolorido. Ainda mais quando se sai na frente e tem a oportunidade para bater a cobrança, marcar o gol e gritar campeão.
No entanto, até chegar às penalidades máximas, o Fortaleza teve quase 130 minutos de bola rolando contando o tempo normal e a prorrogação para superar a LDU.
É óbvio que num jogo decisivo, ainda mais valendo Taça, é preciso prudência em vários aspectos. Afinal, da mesma forma que surgem heróis, são criados vilões. Mas não foi o que aconteceu aos tricolores em Maldonado.
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Não dá para culpar quem quer seja, nem pelos pênaltis perdidos, nem pelas raras e escassas oportunidades surgidas e desperdiçadas.
Pelo contrário, talvez, faltou justamente arriscar mais. Alguém que pudesse fazer diferente, um drible desconcertante, um chute de fora da área, uma antecipação de bola, uma arrancada do campo de defesa, um pênalti no meio do gol.
Mas também não podemos deixar de discorrer que alguns atletas não fizeram uma boa partida, ofensivamente. A sensação é de que houve uma enorme preocupação em defender, em não deixar o adversário fazer o gol.
Com isso, o ataque ficou em 2º plano, o primeiro objetivo, com a bola, era em não errar, em não vacilar, em não arriscar em um passe longo, em uma jogada trabalhada com paciência e muito toque de bola. Com isso, a ousadia ou a famosa intensidade do time Juan Pablo Vojvoda não apareceram.
É bom deixar claro que não faltou empenho, garra, determinação e amor à camisa. Mas para ser campeão isso é essencial, mas não o suficiente. E alguns jogadores entregaram tanto essa raça em campo, que talvez abdicaram da técnica, do talento e do (tradicional e conhecido) improviso brasileiro.
Agora, é juntar os cacos, entender que são derrotas doloridas assim que constroem campeões. Que em 2024 o Fortaleza não desperdice e mostre o seu verdadeiro futebol, não apenas com garra e dedicação, mas também jogando o que sabe.