
O episódio envolvendo o adiamento do jogo de estreia do Ferroviário na Copa do Brasil mostra o quanto a CBF reluta em não adiar a competição nacional. Foram várias partidas adiadas nesta 1ª Fase do Torneio, mas a do time coral, que enfrentaria o Porto Velho/RO, traz requintes de desorganização e falta de planejamento, que beiram os organizadores de competições amadoras.
Primeiro, a partida foi marcada para o dia 17, na cidade de Porto Velho. Só que poucos dias depois, por causa da pandemia de COVID, o Governo de Rondônia proibiu a prática do futebol em todo o Estado. A CBF, então, levou o jogo para Goiânia e mudou a data para o dia 18, às 15h30, no Estádio Antônio Accioly.
Na terça-feira, dia 16, dois dias antes da partida, foi a vez do Governo de Goiás proibir a realização de jogos de futebol. A CBF recebeu a informação no período da tarde. Ao invés de dar por adiada a partida, a entidade não se pronunciou.
No outro dia, 17, véspera da partida, a CBF autorizou o Ferroviário a viajar para Goiânia, mas sem informar, quando, onde e que horas a partida seria realizada. A delegação coral embarcou do Aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza, para a capital de Goiás, às 12h25.
Ao chegar em Goiânia, por volta das 17h, já faltando menos de 24h para o início da partida (que ninguém sabia onde seria realizada), a delegação seguiu para o hotel e aguardava um comunicado da CBF para se organizar. Os boatos pululavam nos grupos de whatsapp de que a partida poderia ser realizada em Cuiabá ou em Brasília.
O desespero bateu na comissão técnica e na turma da supervisão, que precisava reservar hotel, cuidar da alimentação dos jogadores, translado, reservar passagens etc.
Por volta das 18h, ainda da quarta-feira, a CBF informou que a partida foi adiada. Para completar, não havia mais voos de Goiânia disponível para voltar para Fortaleza. A delegação teve de passar a noite na Capital de Goiás.
Nesta quinta-feira, 18, o esforço era para conseguir um voo de volta, porém não havia nada. O único jeito foi viajar de ônibus para Brasília e somente às 20h, embarcar num voo direto para Fortaleza. A chegada em solo cearense será perto da meia-noite.
“É lamentável todo esse desencontro de informações e ainda sem a realização da partida. Isso envolve todo um prejuízo técnico, são três dias sem treinar. E também um prejuízo econômico, já que a delegação do Ferroviário é composta de 31 pessoas e a CBF banca apenas 23”, reclamou o Presidente do Ferroviário, Newton Filho.
Queria ver se isso tudo que aconteceu fosse com um clube como o Flamengo ou Corinthians? Imagina, aí!
📸 Lenilson Santos/FAC