
A derrota para o América/MG por 2×0 não foi o fator fundamental, mas a apresentação do time diante do vice-lanterna, nesse domingo, no estádio Independência, foi o estopim para a diretoria do Ceará resolver mudar o comando técnico. Apesar do 8º lugar, no Brasileirão, os dirigentes alvinegros estavam cientes que precisavam mudar, pois o time não mostrava sinais de evolução fazia um bom tempo.
A Lua de Mel entre Ceará e Guto Ferreira foi estremecida com a perda do título estadual. Ali, no empate sem gols contra o Fortaleza, após ter perdido nos pênaltis o sonhado bi campeonato invicto da Copa do Nordeste, arranhou a relação entre treinador e dirigentes. Mas ficaria ainda maior 3 dias depois, com a eliminação na Sul-Americana, jogando muito abaixo e com Guto acusando o piso do gramado como um dos fatores para o adeus à competição internacional.
O desgaste seria ampliado com a eliminação na Copa do Brasil. Não bastasse o aspecto financeiro, que o clube projetava ganhar, o Ceará perdeu para o Fortaleza de forma avassaladora. A queda de Guto foi cogitada, era a 4ª eliminação em menos de um mês, duas delas para o maior rival.

Guto ganhou mais uma chance. O argumento de que não havia tempo para treinar e o elenco sofria um enorme desgaste com a sequência insana de 15 partidas em 30 dias davam crédito ao treinador alvinegro, que só teria o Brasileirão para fazer uma ótima campanha.
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No entanto, a campanha do Ceará não satisfazia os dirigentes, que viam o time sofrer para ganhar jogos no último minuto (3 das 5 vitórias foram no último lance), apresentando um futebol de qualidade questionável, mesmice nas substituições, falta de ousadia para colocar o time pra frente e ainda com o maior rival encantando a todos, jogando no ataque, vencendo e entre os 4 primeiros do Campeonato.
O Clássico-Rei seria o divisor de águas. Apesar da sequência sem derrotas, só um triunfo seguraria Guto. E não deu outra, vitória impactante, de virada, por 3×1. Dirigentes e a comissão técnica respiravam aliviados e acreditavam que era possível embalar na competição. Mas não aconteceu.
O time voltou a fraquejar em jogos contra Atlético/GO (empate por 0x0) e Corinthians (derrota por 3×1). Só que novamente, diante do poderoso Flamengo, o Ceará arrancou um empate por 1×1 e por pouco não saiu com a vitória. Novamente, a diretoria imaginava que era possível embalar.
O adversário seria o vice-lanterna, e o Ceará iria repetir a equipe que surpreendeu o Flamengo. Cenário ideal para conquistar a 1ª vitória fora de casa, encostar ou até entrar na zona de classificação para a Libertadores. Só que o América engoliu o Vovô. E a paciência e o crédito da diretoria com Guto havia acabado.
Segundo o jornalista Sérgio Ponte, da Rádio O Povo/CBN, e do Trem Bala, da TVC, a decisão de demitir aconteceu somente na noite de domingo. Guto Ferreira já havia viajado para Piracicaba, interior de São Paulo, onde ficaria até terça-feira e na quarta se reapresentaria com todo o elenco no Estádio Vovozão.

O Presidente Robinson de Castro telefonou para Guto e o comunicou sobre a demissão, por volta das 22h. Explicou os motivos e garantiu que pagaria tudo o que o treinador teria de direito.
Guto deixa o Ceará com 94 jogos sob o seu comando (foram 98, mas em 4 ele estava suspenso) com 41 vitórias, 30 empates e 23 derrotas. Gordiola conquistou 1 Copa do Nordeste (invicto) em 2020, além de levar o time às quartas de final da Copa do Brasil e e disputar a Copa Sul-Americana em 2021.
📸 Stephan Eilert/CearáSC
📸Comunicação/CearáSC