Quase 4 meses depois de iniciada a Operação Penalidade Máxima executada pelo Ministério Público de Goiás até agora não houve nenhuma medida, regra, lei que ajudasse a blindar o futebol brasileiro do enorme esquema de manipulações esportivas.

Como quase tudo neste País vira motivo de holofote para políticos, quando o escândalo chegou a times da Série A envolvendo atletas de clubes da elite nacional, houve uma comoção. Pedidos para instalação de CPI, Projeto de Regulamentação do setor de casa de apostas, Polícia Federal chamada para instaurar inquérito…

No entanto, nada foi feito ou divulgado ou revelado. Nada garante que o esquema não esteja acontecendo neste exato momento em que você, leitor, esteja lendo este artigo. As Casas de Apostas seguem livres, sem regras, sem regulamentação, sem Lei.

O clamor e o medo de que o futebol brasileiro pudesse perder a credibilidade durou pouco menos de 2 semana. E assim como aconteceram escândalos em 2021 e 2022 e não houve alvoroço na mídia ou nos formadores de opinião, o mesmo se repete depois de um frenesi aparentemente hipócrita.

Até mesmo a punição do STJD de apenas 12 jogos de suspensão ao zagueiro Eduardo Bauermann, réu confesso no esquema, só comprovou que há algo de “podre no reino da Dinamarca”.

Com mais de R$ 3 bilhões investidos em publicidade a clubes, federações, jogadores, influencers e jornalistas, o que se vê atualmente é que alguns foram presos, outros denunciados, outros fizeram acordo, outros estão livres… Enquanto a sujeira maior foi jogada para debaixo do tapete.

Talvez, somente quando outro Ministério Público, ou um presidente de clube, ou até mesmo os promotores de justiça de Goiás e o presidente do Vila Nova, que bravamente foram para o front tentar acabar e revelar esses crimes, entrarem em cena novamente, quem sabe o clamor volte. Só espero que não seja tarde demais.

Como diz o filósofo: se aconteceu uma vez, vai acontecer novamente.