
O empate com dois gols nos acréscimos foi a melhor apresentação do time do Ceará sob o comando do técnico Tiago Nunes. A entrada de Erick desde o início foi o diferencial da equipe, que, mesmo perdendo por 2×0 até os 45 minutos do 2º tempo, não desistiu em nenhum momento.
Foram 23 finalizações, 9 chutes ao gol, 3 grandes oportunidades criadas e 3 grandes chances perdidas. Ou seja, o que realmente faltou foi acertar a bola dentro do gol. E isso pôde ser comprovado de maneira didática com os dois tentos marcados nesse domingo, ambos desviados na zaga do Red Bull.
Assim como o ataque, que falhou ao não colocar a bola nas redes, o setor defensivo também teve seus erros. Os 2 gols levados foram em falhas do lateral Igor e do goleiro Richard. Mas diga-se de passagem o arqueiro alvinegro impediu pelo menos em outras dois lances que o adversário ampliasse.
Apesar de ter saído atrás no placar, o Ceará sempre esteve pressionando o adversário, muito mais próximo de fazer do que tomar o gol. Só que no futebol, nem sempre é assim. E o bordão de quem não faz, leva, é rotineiro nos gramados. E aconteceu dessa forma.
Porém, é preciso ressaltar as atuações de Fernando Sobral, que não pode de forma alguma ficar no banco ou deixar a equipe, e do atacante Erick. Com eles, o Ceará foi dinâmico. Claro que a presença de Mendoza, que não passa por um momento, não ajudou e quando Tiago Nunes voltou para o segundo tempo colocando Lima, a equipe se fortaleceu.
Por 15 minutos, foi uma pressão avassaladora. O Red Bull ficou acuado e parecia mais um treino de ataque contra defesa. Praticamente sem posição fixa, mas jogando pelos lados e entrando pela diagonal, Erick e Lima mostraram dribles e ousadia, algo que só prova o tanto que o time precisa deles desde o início.
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No entanto, por não finalizar corretamente, o castigo surgiu. O 2º gol dos paulistas foi um grande balde de água fria. Aí, não havia mais tática, tanto que Tiago Nunes colocou mais um centroavante, Gabriel Santos, e tirou o meia Marlon. A pressão continuou, o Ceará seguiu criando chances, mas não acertava.
O empate, porém, venho numa arrancada de Gabriel Santos, que cruzou e a bola foi desviada para o fundo das redes. No abafa e na empolgação, o zagueiro Gabriel Lacerda, no último lance, também arriscou, a bola desviou no defensor e matou o goleiro 2×2. O Castelão com 4.573 torcedores ficou pequeno para tanta emoção.

Foi uma atuação digna, para mostrar a capacidade física e mental de um time que não desistiu por um instante. Isso é preciso enaltecer. Mas o Ceará vai quarta-feira para o 26º jogo no Brasileirão. Faltam apenas 13 para o fim. E a 3 pontos do Z4, mesmo com uma partida empolgante, não é possível mais desperdiçar pontos em casa. Seja como e contra quem for.
Aliás, o Ceará ainda vai fazer 6 partidas como mandante e ainda tem o Clássico-Rei contra o Fortaleza. Assim, dá para se distanciar sem sustos da parte de baixo e se conseguir vencer fora de casa (algo que não não fez), é possível pensar até em voos maiores.
📸Felipe Santos/CearáSC