O Presidente do Ceará, Robinson de Castro, prometeu e cumpriu. Assistiu ao jogo do banco de reservas. O regulamento da Copa Sul-Americana permite. Porém, optou por ficar sentado em uma cadeira ao lado do banco.

O delegado da partida, assim como já é de praxe, foi conferir no banco de reservas dos dois times se todos estavam usando máscara. Ao ver o presidente Robinson de Castro fez aquele sinal de positivo com o polegar e recebeu um de volta.

Na primeira parada mais demorada, para atendimento do atacante Steven Mendoza, o lateral Bruno Pacheco e o volante Pedro Naressi foram até o banco conversar com Faganello e Guto Ferreira. Pacheco ficou mais tempo e, pelos gestos com as mãos, explicava que o jogo até aquele momento estava bem complicado.

13 minutos de partida foi o máximo de tempo que fez o auxiliar Alexandre Faganello permanecer sentado na cadeira. Ele se levantou e foi conversar com o técnico Guto Ferreira.

Com 25 minutos de bola rolando, eu havia contado pelo menos seis escorregões de jogadores, dos dois times. Como sempre acontece, o gramado é molhado antes de começar a partida, mas dessa vez os deslizes foram em bem mais quantidade do que em jogos anteriores.

Nenhum jogador do Jorge Wilsterman ficou sentado no banco de reservas. Os 10 atletas optaram por ficar sentados nas cadeiras ao lado. É a primeira vez que este Blog vê um adversário com todo o seu grupo preferir isso. Os integrantes da comissão técnica ficaram sentados no banco de reservas.

Aos 27min, o meia Vina teve uma oportunidade na grande área pelo lado direito. Ele bateu cruzado, mas ninguém chegou na bola. No entanto, do banco de reservas, Guto, Faganello, os jogadores e até o Presidente Robinson de Castro levaram as mãos à cabeça. O grito no estádio foi um só: uuuuuuuuuuuu

Aliás, por falar em gritos, os alto-falantes da Arena Castelão estavam com o som da torcida alvinegra. Foi a primeira vez nessa temporada que usaram esse artifício. Além das cantigas dos torcedores de incentivo ao time alvinegro, três detalhes me chamaram atenção: as palmas, quando os jogadores eram substituídos. O grito: uh é cearamor, uh é cearamor quando aconteceram os gols. E de vez em quando ficava em silêncio, mas quando o som voltava era um com um volume muito alto que causava até susto.

Na comemoração do gol do volante Pedro Naressi, próximo à área técnica, enquanto todos os jogadores reservas e do campo celebravam, Faganello chamou o meia Vina o lado e conversou bastante com o camisa 29 alvinegro, que bebia água, balançava a cabeça positivamente e também explicava algo para o auxiliar-técnico.

Já o presidente Robinson de Castro se levantou e vibrou bastante com o gol, mas ficou no mesmo lugar onde estava sentado, deixou a celebração para os jogadores e integrantes da comissão técnica.

No momento da marcação do pênalti em cima do Bruno Pacheco, o técnico Guto Ferreira se virou para o banco e vibrou bastante. Porém, depois, ficou em pé olhando o desenrolar do entrevero entre Felipe Vizeu e Steven Mendoza.

Para a cobrança de pênalti, Vina conversou com alguns jogadores (no final da partida ele confessou que deixou para o colombiano bater). Felipe Vizeu havia pego a bola, mas Mendoza conversou com o centroavante e assumiu a cobrança. Vizeu ficou completamente indignado. Alguns companheiros tentaram falar com ele, mas o camisa 11 estava revoltado, foi até o banco de reservas, bebeu água e reclamou para o técnico Guto Ferreira e para o auxiliar Faganello. Em seguida, arremessou a garrafa de água no chão e nem comemorou o gol.

Praticamente no último lance do primeiro tempo, o goleiro Banegas fez mais uma defesa numa finalização do meia Vina. O camisa 29 foi para dentro do gol, tocou as redes, saiu e ficou olhando para o céu, com os braços levantados e balançando a cabeça negativamente.

Na saída para os vestiários, ao término do primeiro tempo, Guto Ferreira pegou a máscara no bolso e colocou no rosto. Já o presidente Robinson de Castro saiu abraçado com o médico Joaquim Garcia Filho.

Enquanto os jogadores do Ceará saíram normalmente, um na frente outro atrás, um mais distante ou mais próximo, os jogadores do Jorge Wilstermann saíram todos juntos para os vestiários.

Na volta dos vestiários, enquanto Gabriel Dias e Guto Ferreira voltaram juntos, o presidente Robinson de Castro foi o último a retornar, conversou com um integrante da comissão técnica no banco e sentou na mesma cadeira do 1º tempo.

Antes de a bola rolar para a etapa complementar, o zagueiro Luiz Otávio chamou Felipe Vizeu. O centroavante não escutou o que ele disse, foi se aproximando, se aproximando, até que o capitão do Ceará falou algo e estendeu a mão para Vizeu cumprimentá-lo.

Diferentemente dos jogos pela Copa do Nordeste e da Copa do Brasil, reclamação com a arbitragem foi algo raríssimo. O árbitro praticamente só foi questionado, pra valer mesmo, em um lance a favor do Jorge Wilsterman em que os bolivianos pediram falta do Gabriel Dias em cima do capitão Reyes, mas o juiz chileno não deu nada. Apesar de ter paralisado o jogo com a bola no ataque alvinegro. No restante da partida, nem as tradicionais encaradas aos assistentes ou gritos por um simples lateral apareceram.

No momento do pênalti para o Jorge Wilsterman, Vina foi até a área técnica beber água e conversar com Guto e Faganello. Recebeu bastante orientação e depois explicou algo para os dois.

Após o gol de pênalti boliviano, Luiz Otávio foi o único a ir cumprimentar o goleiro Richard.

O volante Pedro Naressi antes de ser substituído havia sentido uma dor muscular e caiu no chão. Ao ver que era o jogador do Ceará a sair, o árbitro da partida foi conversar com o atleta alvinegro e pediu pra ele se levantar. Antes de deixar o campo, o árbitro foi até o camisa 31 do Vovô e o cumprimentou com ambos batendo as mãos de punhos fechados.

Aos 35min, pouco antes de marcar o gol, Faganello gritou para o meia Vina perguntando algo. O camisa 29 do Ceará respondeu e fez gestos com a mão com sinal negativo e também como se tivesse pedindo para esperar. Parecia estar prevendo o que iria acontecer minutos depois.

Aliás, a comemoração do gol do Vina foi um misto de êxtase com muitas palmas de todos os alvinegros. Dirigentes no setor Premium, integrantes da comissão técnica, jogadores reservas, Guto Ferreira e o presidente Robinson de Castro. O lance, o gol e a celebração mostraram o quanto Vina é querido e o quanto todos estavam torcendo muito para ele espantar a má fase e fazer o primeiro gol na temporada.

📸 Fausto Filho/Cearasc

📸 Mário Kempes