
10 entre 10 torcedores do Ceará questionaram o motivo do volante Fernando Sobral ter ficado no banco de reservas contra o São Paulo. Os mesmos alvinegros também não entenderam como Mendoza foi titular e Erick ficou entre os reservas no empate por 1×1 no Morumbi, na noite passada.
O questionamento também foi feito por alguns colegas da mídia: Wilton Bezerra, na Rádio Verdes Mares, Jota Lacerda e Messias Alencar, na Rádio Assunção, Gomes Farias e Carlos Gomes, na Rádio Jovem Pan, e Sérgio Ponte, na Rádio O Povo/CBN.
Aliás, a saída de Fernando Sobral do time já causou algo bastante constrangedor para o técnico Tiago Nunes. No jogo contra o Internacional, o comandante alvinegro tirou o volante e teve de ouvir o grito de burro em alto som pelos torcedores presentes no Castelão.
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Sobral precisou ir às redes sociais defender o treinador, reconhecer que não estava jogando bem e que a torcida precisa de um pouco mais de paciência com o chefe.
No duelo seguinte, contra o Atlético/MG, Sobral foi titular, mas também saiu no decorrer da partida. Enquanto diante do São Paulo, perdeu a vaga para Fabinho, que saiu para a entrada de William Oliveira, e só depois, no lugar de Kelvyn, quando o time já estava satisfeito com o 1×1, Sobral entrou. Ou seja, foi a 3ª opção.
Vale lembrar que Fernando Sobral é considerado por muitos como o melhor jogador do elenco alvinegro e para completar é o maior roubador de bolas do Brasileirão, segundo o site de estatísticas SofaScore. Se não bastasse, o fôlego e a raça dentro de campo conquistaram o torcedor.

O caso do atacante Erick é também singular. O jogador foi contratado do Náutico como um dos principais destaques da Série B do Brasileiro. Na época, o até então técnico Guto Ferreira era só elogios ao atleta. Tiago Nunes também reconhece o talento do jovem atacante, mas Erick só entra no 2º tempo, ainda não teve uma oportunidade como titular. Porém, com ele em campo, há um toque a mais de qualidade e o time melhora o setor ofensivo.
Tiago Nunes completa nesta sexta-feira, 15 de outubro, 45 dias à frente do comando técnico do Ceará. Sua chegada a Porangabuçu tinha objetivos claros: fazer com que o time alvinegro mudasse a postura em campo, de reativo para uma equipe que jogasse pra frente e, claro, conseguisse algo melhor do que a 8ª posição, que era a que o clube se encontrava, quando Guto foi demitido.
Em 6 partidas até aqui. Tiago teve 3 empates, 2 derrotas e 1 vitória. Com tempo para treinar, sem jogos no meio de semana, o treinador alvinegro conseguiu mostrar evolução no time. Nas partidas contra Santos, Chapecoense e Internacional, o Ceará até mereceu resultados e placares melhores, apesar de ainda longe do ideal. Porém, o clube caiu para 14º (com 2 jogos a menos se vencer ambos, assume a 8ª posição).

Com a zona de rebaixamento se aproximando e depois da declaração de que o primeiro objetivo é manter o time na Série A, a sensação é de que o jogo pra frente não é mais a prioridade nesse momento. Vencer é o imprescindível.
Por isso, depois de perder para o Atlético/MG (algo normal) e em seguida empatar com um concorrente direto na luta contra o rebaixamento, mesmo fora de casa, falta, pelo jeito, é ajustar a escalação. O time não foi bem no 1º tempo nem contra o Galo, nem contra o São Paulo.
Ou seja, a fase de testes encerrou. Com a maratona de jogos até o fim de outubro, sem descanso durante o meio de semana, chegou a hora de colocar em campo a escalação ideal. E pelos últimos jogos, claramente fica difícil entender o motivo de Fernando Sobral e Erick seguirem fora.
E olhe que nem vou questionar as ausências dos atacantes Rick e Lima. E, pelo menos até agora, não preciso saber o motivo de o zagueiro Klauss, o volante Oliveira, o meia Jorginho e o atacante Gabriel Santos nem sequer terem sido relacionados para os últimos dois jogos.
O próximo confronto é no domingo, 18h15, no Castelão, diante do Red Bull. Aguardemos pela escalação e pelo resultado.

📸João Moura/Arena Castelão
📸Fernando Moreno/AGIF/CBF
📸Felipe Santos/CearáSC